Transportes e comunicações exigem "política diferente"

"É preciso. É urgente. Uma política diferente." Este foi um dos <i>slogans </i>que acompanharam a marcha de protesto dos trabalhadores das empresas públicas de transportes e comunicações que decorreu esta tarde em Lisboa.
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Esta manifestação, que juntou centenas de pessoas, foi promovida pela Fectrans - Deferação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações - e contou ainda com a colaboração os sindicatos afetos à CGTP, independentes, comissões de trabalhadores e organizações de reformados.

"Este é o culminar de uma quinzena de luta (iniciada dia 25 de outubro) que é de interesse nacional porque visa defender um sector que tem de responder às exigências da população" disse ao DN o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, ainda antes dos manifestantes abandonarem o Largo Camões rumo ao Ministério da Finanças.

No desfile pelas ruas que conduzem à Praça do Comércio carregavam-se cartazes que expressavam o sentimento de "revolta e indignação" que muitos admitiram ter relativamente "às cada vez maiores medidas de austeridade" que estão a ser impostas aos portugueses, "nomeadamente aos trabalhadores deste sector".

Manuel Carreira, de 63 anos, é reformado do Metropolitano de Lisboa há seis anos e guarda com ele precisamente este tipo de sentimentos. " Fui para a reforma por antecipação e cheio de promessa que me foram feitas pela empresa. Agora arrisco-me a ver cortado o suplemento de reforma. Mais uma valente machadada a juntar a todas as outras que já tenho sofrido. Com o meu poder de compra a diminuir de dia para dia, não quer que me sinta indignado? Sinto sim senhor e estou aqui para dizer isso mesmo. Garanto-lhe que a partir de agora não falho uma manifestação contra estas políticas".

A meio da marcha, juntou-se ao movimento o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos que, aos jornalistas, assegurou que "os trabalhadores dos transportes não estão a lutar apenas pelos seus direitos. Estão a lutar para evitar a privatização deste sector", que, em seu entender a concretizar-se seria trágico para todos os utentes.

E dá um exemplo: "Desde que foi "desmembrada" a Rodoviária Nacional (através da privatização) as populações do interior deixaram de ter transporte".

Já em frente ao Ministério da Finanças, e após diversos sindicalistas se mostrarem contra as reduções salariais, a concessão das empresas públicas de transporte a privados e a redução das indemnizações compensatórias, entre outras medidas previstas no Orçamento do Estado para 2014, foi pedida "uma assobiabela" à ministra da tutela, Maria José Albuquerque. Os assobios fizeram-se ouvir, bem como a "Grândola Vila Morena".

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